Essa até Edward Snowden* está arrepiado!
O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) tomou conhecimento de que o novo sistema de rádio adquirido pela Infraero, para comunicação dos trabalhadores, pode ouvir e gravar conversa ambiente, mesmo quando desligado.
“Sabemos que a ABIN (antigo SNI) atua na Infraero há muitos anos, desde a Ditadura Militar. E que alguns funcionários da Infraero são treinados pela ABIN. Mas essa denúncia é muito ruim, pois escuta não autorizada é crime”, ressalta a direção do Sina. “Será que a presidente Dilma Rousseff sabe que as estatais federais utilizam desse expediente para controlar seus funcionários”, questiona o Sina.
A denúncia, se confirmada, é um caso gravíssimo de invasão de privacidade, ainda mais diante das descobertas de espionagem via internet e telefone entre governos. Inclusive a presidente Dilma teve sua privacidade violada por espiões, num fato que teve repercussão internacional e acelerou a votação da nova lei sobre o Marco Civil na Internet.
Sobre isso, Dilma afirmou, em discurso na ONU, em setembro do ano passado: “imiscuir- se dessa forma na vida dos outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos”.
A Infraero adquiriu esses equipamentos a partir do edital 044/DALC/SEDE/2012. De acordo com os manuais de equipamentos de rádio, alguns realizam a escuta mesmo quando estão em off, através de uma função chamada de espião ou escuta discreta. O Sina está apurando as especificações dos rádios adquiridos pela Infraero e tomará as providências cabíveis para defender os direitos dos aeroportuários. Caso a escuta ambiente seja confirmada, a entidade irá exigir da Infraero a imediata desabilitação dessa função. Veja abaixo as bases que receberiam os equipamentos, conforme o edital.
*O especialista em tecnologia Edward Snowden, 29 anos, era funcionário da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA e copiou uma grande quantidade de documentos de espionagem, que foram divulgados publicamente, revelando a invasão promovida pelo seu país contra vários governos, inclusive o Brasil.
